A Cidade Autônoma de Buenos Aires (CABA) é a Capital Federal da Argentina e a maior cidade do país. Está dividida em 15 comunas, isto é, unidades de gestão política e administrativa descentralizadas. Possui densidade populacional cerca de duas vezes maior do que São Paulo e Medellín, sendo uma das cidades com maior percentual de população urbana da América Latina.
Villa 20
Há duas tipologias que se assemelham às favelas brasileiras ou às invasiones da cidade de Medellín: as Villas e os Nuevos Asentamientos Urbanos (NAUs), que são mais recentes e em geral menores que as primeiras. A maior parte deles estão na parte sul da cidade, especialmente na Comuna 8. Não há na Cidade Autônoma de Buenos Aires uma tipologia como os loteamentos irregulares de São Paulo ou loteos piratas de Medellín, apenas fora dos limites da cidade é que essa tipologia pode ser encontrada. Já os Barrios Urbanizados correspondem à provisão habitacional destinada prioritariamente ao reassentamento das famílias removidas durante a reurbanização de Villas e NAUs.
A população nos assentamentos precários na Cidade Autônoma de Buenos Aires vem apresentando um crescimento expressivo desde 1983. O Instituto de Vivienda de la Ciudad (IVC) reconhece 53 assentamentos precários – 17 Villas, 34 NAUs, 2 NHTs – além de 7 “bairros urbanizados”, isto é, conjuntos habitacionais associados à reurbanização de villas e NAUs.
Um levantamento realizado por um conjunto de organizações populares, em 2021, identificou aproximadamente 400 mil pessoas, ou cerca de 13% da população da cidade, vivendo nos cerca de 50 bairros mapeados pelo Registro Nacional de Bairros Populares (ReNaBaP).
As villas, villas miseria ou villas de emergencia são urbanizações (ou autourbanizações) informais oriundas de ocupações de terras vacantes, caracterizadas por tramas urbanas muito irregulares, habitações precárias e alta densidade populacional, em zonas de solo urbano escasso e de boa localização com relação a centros de produção e consumo, e em terrenos de propriedade fiscal.
Os NAUs são ocupações informais ocorridas a partir da crise econômica e política de 2001 ou que até então não possuíam reconhecimento por parte do governo municipal. De modo geral, estão localizados em áreas mais difíceis de serem urbanizadas e consolidadas do que as villas, como, por exemplo, aterros ferroviários, rodovias, fábricas antigas e lixões.
Os NHTs são alojamentos provisórios construídos no final da década de 1960, no bojo das políticas de erradicação das villas, e que acabaram se tornando permanentes.