Heliópolis se destaca na metrópole de São Paulo por seu tamanho e complexidade. Situada em uma gleba com aproximadamente 1 milhão de metros quadrados ou 100 hectares​, onde residem cerca de 200 mil pessoas, possui uma densidade demográfica extremamente alta, de 2 mil  habitantes por hectare, vinte e oito vezes maior do que a densidade média do município de São Paulo.

Sua origem, a partir dos anos 1970, e consolidação têm, direta ou indiretamente, uma forte relação com as ações do Estado. Isso porque as primeiras moradias da área foram em um alojamento provisório construído pelo próprio poder público em uma gleba vazia que, na época, pertencia ao governo federal. Desde então, mas sobretudo a partir de meados dos anos 1980, todas as gestões municipais atuaram em Heliópolis desenvolvendo e aplicando diferentes estratégias de intervenção. O resultado é um território bastante heterogêneo, com conjuntos habitacionais de diferentes tipologias e períodos de construção em meio a quadras com residências autoconstruídas com e sem assistência técnica. A essa paisagem, nos últimos anos, misturam-se edifícios de apartamentos construídos pela iniciativa privada.

As intervenções voltadas para a melhoria e consolidação de Heliópolis em muito se devem à resistência de seus primeiros moradores em permanecer no território e lutar incansavelmente por melhorias, desde o início da formação do assentamento, quando foi formada a primeira comissão de moradores para dialogar com o poder público. Atualmente, a UNAS – União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região, maior associação de moradores existente em Heliópolis, é responsável por mais de 50 projetos voltados para o desenvolvimento integral da comunidade e a garantia de direitos, articulados em torno da educação e do objetivo de fazer de Heliópolis um bairro educador.